A Música como linguagem sonora verbal e não verbal utiliza os códigos lingüísticos do
ritmo, do som, da letra e da melodia – estruturada ou não, harmônica ou dissonante
respeitando as singularidades e diferenças de cada um.
A Música ajuda a pessoa a manter contato com a realidade e o sentido da totalidade, não
somente com aspectos abstratos do pensamento, mas em múltiplas formas que
demonstram uma transformação e entendimento de novas criações musicais, podendo
chegar à palavra e à verbalização.
Os educadores afirmam que a Música proporciona um desenvolvimento pleno do ser
humano. Ela amplia o campo de conhecimento possibilitando a intercomunicação e a
convivência na diversidade, por meio das diferentes sonoridades, mobilizando o corpo,
sentimentos, afetividade, imaginação e expressividade.
Ressaltamos ainda que em cada um de nós existe um ritmo, marcação silenciosa de
formas, ondas e ressonâncias individuais, que nos conectam com as demais coisas do
universo. Esse ritmo chamado ISO (Identidade Sonora do Indivíduo), a formação de
identidade sonora, caracteriza cada pessoa e é semelhante ao histórico da vida.
O ISO é a representação do mundo sonoro do indivíduo e também está presente nas
crianças que nascem com déficit auditivo (...).
O ritmo antecede a melodia, por essa razão a música começou com palmas, percussão,
muito antes do homem aprender a falar. Quando o ritmo, a melodia e a harmonia se
integram e interagem, alcançam o ser humano em sua totalidade. Um dos elementos que
compõe a Música é o ritmo. Ele é elemento pré musical por ser organizador e impulsor
de equilíbrio, pode servir de recurso de aproximação. O ritmo também envolve a
medida e a igualdade entre os intervalos do tempo. Assim alguns problemas de
aprendizagem, principalmente a leitura e a escrita estão ligados aos ritmos simples e
constantes.
O aluno com dificuldades de aprendizagem necessita, muitas vezes, de uma
reorganização do padrão rítmico. Esse ritmo interno, inerente, é representado pelos
batimentos cardíacos, ao ritmo respiratório e pulsação, entre outros. Nesse sentido,
destacamos os alunos que têm deficiência mental, em que a música exerce papel
importante enquanto estratégia de alfabetização, possibilitando improvisações e
composições espontâneas, permitindo aos alunos constituírem seus próprios textos e
letras musicais. Permite, ainda, que a pessoa identifique seus sentimentos, suas crenças
e valores nas letras musicais.
A música está presente em todas as pessoas e em todos os grupos sociais e é parte ativa
da cultura de todos os povos - está incorporada ao inconsciente coletivo de todas as
pessoas. (...) Acrescentamos, ainda, que o mundo não verbal possui infinitos parâmetros
se citarmos o timbre, a intensidade, a densidade e o volume, que variam conforme a
mensagem que nos chega por diferentes sistemas de percepção. Concluímos, portanto,
que proporcionar às pessoas acesso à Música e a todo esse jogo de combinações,
praticamente infinito, significa uma valiosa oportunidade de inclusão com critério e
ética .
Fonte : SANTOS, Claudia E. C. dos. A Educação Musical Especial: Aspectos Históricos,
Legais e Metodológicos. 2008. Dissertação (Mestrado em Música) – Programa de Pós-
Graduação em Música, Centro de Letras e Artes, Universidade Federal de Rio de
Janeiro
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